terça-feira, agosto 16, 2005

EGO

Apeteceu-me escrever. Palavras soltas, desconexas, desprovidas de sentido, aparentemente... Férias deprimentes; outra coisa não seria de esperar. Para variar, o negativismo não é rotineiro, mas fundamentado...
Para dar uma ideia de como me sinto, só não baptizei este post de "The Trick Is To Keep Breathing II" por considerar uma tremenda falta de originalidade. Sim, volto ao mais profundo e obscuro de todos os meus "eus", talvez o mais verdadeiro.
Ao contrário de outras vezes, podia sentir-me muitíssimo mal e frustradíssimo com as minhas fraquezas, mas desta vez tenho atenuantes. Estou bastante abalado embora não queira; ao contrário de outras, em que me deleitava, vendo-me sofrer. Desta vez não!
Posso continuar a ser um "fraco", alguém que se deixa levar pela emoção em detrimento da razão, porém não estou completamente arrependido. A razão é simples: há coisas que são intrínsecas em mim, às quais não posso fugir, como a minha forma de estar perante a vida e os meus valores.
Julgo possuir uma boa capacidade de análise; quer em relação aos outros, quer em relação a mim. Considero-me minimamente altruísta - sei que parece um contrasenso alguém que se considera altruísta mencioná-lo, não sendo mencionado por outrém, mas quem me conhece sabe... Fartei-me de hipocrisias!
Depois de me aperceber de algumas reacções negativas e deprimentes a algo que eu fiz ou disse, sentindo-se a pessoa visada bastante afectada, tentei remediar a situação, apesar de achar que não fiz o suficiente para a provocar, compensando-a, fazendo-lhe companhia e dando-lhe atenção "à minha maneira" - que talvez não seja a mais correcta ou mais pertinente, mas é genuína e completamente inofensiva.
Levei uma tremenda bofetada, não física, mas daquelas de luva branca que marcam interiormente... Soube a vingança. Não estava à espera. Doeu mais...
Apesar de confiar piamente nos meus amigos, aqueles mais íntimos, e ter em grande conta os seus conselhos, nem sempre os sigo... Apesar de como já referi, conseguir analisar bem as pessoas, quero sempre acreditar que todas elas, sem excepção, têm um fundo bom e que estamos no planeta para minimizar o sofrimento uns dos outros... PURA UTOPIA!
Survival of the fittest!
Assim farei. Reservarei o altruísmo apenas para aqueles ke estão comigo mesmo! O ego passará a estar na ordem do meu dia-a-dia.
Obrigado pela lição, "amiga"!

quarta-feira, junho 15, 2005

The Curse

O dia mais escuro e longo do ano. Todos os anos, num dia específico, mais concretamente a 15/06, há um concílio no olimpo. O resultado da dita reunião é sempre o mesmo: perpetuar a maldição que neste dia recai sobre mim.
Pergunto se 24 anos não serão suficientes, se este sadismo desmedido não terá um fim à vista - não obtenho resposta. Não há. Talvez nunca venha a haver. A maldição continua.
As consequências desta correspondem a um estado de enorme angústia, depressão, terminando na auto-flagelação psíquica.
É sempre um dia nostálgico. Emerge na memória a minha adolescência, sempre marcada por um vazio, não nas relações humanas(directamente), mas numa apatia em relação aquilo que a sociedade espera de mim. Obviamente as relações humanas saem, indirectamente, lesadas.
Só dependo de mim. Eu sei. É isso que me assusta. Apercebi-me tarde que nunca me esforcei realmente por algo. Ou desisto, ou o meio para atingir o fim exige um esforço mínimo.
Não sei se ainda há algo que me dê realmente prazer, que me faça sentir realmente bem e não os meros prazeres "instituidos", descartáveis que efemeramente me satisfazem.
As minhas instrospecções acabam por tornar-se absurdas: como é possível sentir-me num patamar inferior à classe humana, marcado por pensamentos angustiantes, sentindo que para mim "o tempo" não passa da mesma forma que para os restantes. Desprezo-o, gasto-o e quando dele preciso, não o tenho...
O dia está a acabar e em breve terei "congelado" todos estes pensamentos escuros. Dentro de um ano tornar-se-ão novamente conscientes. O lado positivo é que faltam 364 dias para isso acontecer :)