segunda-feira, julho 09, 2007

Crime no Restaurante Italiano

5h22 - Insónia. É habitual estar acordado a esta hora, mas estou tremendamente cansado devido à directa de ontem e ainda não consegui pregar olho. Felizmente conheço a sua origem - uma asiática fascinante com traços ocidentais, furtou-me o sono. A sua subtileza foi tal que não a consegui impedir. Ao invés, limitei-me a assistir cumplicemente deliciado, sem tempo para pesar as consequências de tal acto.
Quem me conhece bem sabe que o sono é das coisas mais importantes para mim. Os meus amigos dizem em jeito de brincadeira que, quando "a morte me vier buscar", o mais certo é eu responder-lhe com maus modos "volta quando tiver acordado; não me chateies que quero dormir". Tudo isto para dizer que nem sequer fiz queixa na esquadra mais próxima. Tive vergonha de ser gozado pelos polícias! Foi mais fácil do que roubar um chupa-chupa a um bebé. Se essa criança fosse o Tiago a história seria outra, seguramente...
Acredito que, se alguns dos MILHARES de leitores assíduos, que nestes dois anos de interregno me têm pressionado a voltar, tivessem o privilégio de privar com ela, nem que por uns segundos fosse, a reacção seria algo do género: "só te levou o sono?!?!?!? não deixaste que levasse mais nada???e a casa? e o carro? e a família e os amigos?" (esta última interrogação só poderia ser de um deles...).
Quer então dizer que, no fundo, acabo por me sentir muitíssimo bem por a salteadora ter tido compaixão e só me ter levado o sono que, volto a frisar, é importantíssimo.
Não queria voltar a cair em lugares comuns como sado-masoquismo ou autoflagelação psíquica (entre outros), embora esteja tentado a isso. As linhas que escrevo apenas conseguem expor o meu "eu" quando me sinto deprimido (in fact), mas desta vez é diferente. Considero estar a fazer uma descrição bastante fiel acerca daquilo que "vai cá dentro" e até à data, não experimentei sensações negativas, muito pelo contrário.
Costuma-se dizer que "admitir é o primeiro passo para" seja o que for... Admiti o furto, sujeitando-o a julgamento popular (voltaram à berra com o major) e estou pronto a arcar com as consequências da exposição do mesmo.
Quero ir mais longe. Não aprendo com os erros, estando sempre pronto a dar mais uma cabeçada.
Tens o meu contacto e sabes onde moro; será um prazer voltar a ser assaltado por ti...